24 de dez. de 2009

"Permita" _por Talita Buque

"Permita.
Que um olhar te conquiste.
Que um sorriso ilumine o seu dia.
Que as palavras toquem seu coração.
Que alguém o livre do perigo.
Que apenas um toque faça todo o seu corpo estremecer.
Que te façam elogios e críticas também.
Que o inesperado aconteça.
Que um pensamento o faça voar.

Não permita.
Que a raiva te domine.
Que seus sonhos sejam apenas sonhos.
Que seu dia passe rápido demais para que você o note.
Que a mágoa o envenene.
Que a rotina o canse.
Que a impaciência seja predominante.

Sinta a noite,deslumbre o sol.
Siga as estrelas.
Mergulhe no mar alto das paixões.
Ouça a natureza,ela tem muito a lhe dizer.
Deixe que o vento te leve.
Traga mais flores ao seu jardim.
Cante a canção do seu coração,no seu ritmo.
Depois da tempestade,contemple o arco-íris.
Suba no alto das montanhas,mas não se esqueça de descer.
A coisa mais bela do mundo está em você,o amor.
Manifeste-o.
Não o deixe morrer em ti.
Ele precisa escapar,correr por todos os lados.
Andar entre as multidões,sem medo.
Ele deseja que você o sinta,mesmo que não possa entender.
Nada é impossível no seu mundo,tudo é real e grandioso,tão grande que o mundo não é o bastante para abrigá-lo.
Ele é quente demais,para que você o segure.
Forte demais,para ser empedido.
Ele não precisa de permições,nem mesmo regras.
A única lei que segue é a lei de Deus,que é perfeita,justa e simples como o teu coração."

Texto de Talita Buque.

Um comentário:

  1. masuoka - netlog6:06 PM

    Teus Olhos

    Teus olhos são a pátria do relâmpago e da lágrima,
    silêncio que fala,
    tempestades sem vento, mar sem ondas,
    pássaros presos, douradas feras adormecidas,
    topázios ímpios como a verdade,
    outono numa clareira de bosque onde a luz canta no ombro
    duma árvore e são pássaros todas as folhas,
    praia que a manhã encontra constelada de olhos,
    cesta de frutos de fogo,
    mentira que alimenta,
    espelhos deste mundo, portas do além,
    pulsação tranquila do mar ao meio-dia,
    universo que estremece,
    paisagem solitária.

    Octavio Paz, in "Liberdade sob Palavra"

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