25 de mar. de 2010

Creative Commons License


"Dois amantes felizes não têm fim nem morte,
nascem e morrem tanta vez enquanto vivem,
são eternos como é a natureza."

Pablo Neruda.





23 de mar. de 2010

"Eterno" (Carlos Drummond de Andrade_(Reverência ao Destino))

Creative Commons License





Eterno, é tudo aquilo que dura uma fração de segundo, mas com tamanha intensidade, que se petrifica, e nenhuma força jamais o resgata!
Fácil é ouvir a música que toca. 
Difícil é ouvir a sua consciência. Acenando o tempo todo, mostrando nossas escolhas erradas.
Fácil é ditar regras. 
Difícil é segui-las. Ter a noção exata de nossas próprias vidas, ao invés de ter noção das vidas dos outros.
Fácil é perguntar o que deseja saber... 
Difícil é estar preparado para escutar esta resposta. Ou querer entender a resposta.
Fácil é chorar ou sorrir quando der vontade. 
Difícil é sorrir com vontade de chorar ou chorar de rir, de alegria.
Fácil é dar um beijo. 
Difícil é entregar a alma.
Fácil é sair com várias pessoas ao longo da vida. 
Difícil é entender que pouquíssimas delas vão te aceitar como você é e te fazer feliz por inteiro.
Fácil é ocupar um lugar na lista telefônica. 
Difícil é ocupar o coração de alguém e saber se é realmente amado.
Fácil é sonhar todas as noites. 
Difícil é lutar por um sonho.
Fácil é mentir aos quatro ventos o que tentamos camuflar. 
Difícil é mentir para o nosso coração.
Fácil é ver o que queremos enxergar. 
Difícil é saber que nos iludimos e admitir que nos deixamos levar.
Fácil é dizer "oi" ou "como vai?” 
Difícil é dizer "adeus". Principalmente quando somos culpados pela partida de alguém de nossas vidas...
Fácil é abraçar, apertar as mãos, beijar de olhos fechados. 
Difícil é sentir a energia que é transmitida. Aquela que toma conta do corpo como uma corrente elétrica quando tocamos a pessoa certa.
Fácil é querer ser amado. 
Difícil é amar. Amar de verdade, sem ter medo de viver, sem ter medo do depois. E aprender a dar valor somente a quem te ama.
Falar é completamente fácil, quando se tem palavras em mente que expressem sua opinião. 
Difícil é expressar por gestos e atitudes o que realmente queremos dizer, o quanto queremos dizer, antes que a pessoa se vá...
Fácil é julgar pessoas que estão sendo expostas pelas circunstâncias. 
Difícil é encontrar e refletir sobre os seus erros, ou tentar fazer diferente algo que já fez muito errado.
Fácil é ser colega, fazer companhia a alguém, dizer o que ele deseja ouvir. 
Difícil é ser amigo para todas as horas e dizer sempre a verdade quando for preciso. E com confiança no que diz.
Fácil é analisar a situação alheia e poder aconselhar sobre esta situação. 
Difícil é vivenciar esta situação e saber o que fazer. Ou ter coragem pra fazer.
Fácil é demonstrar raiva e impaciência quando algo o deixa irritado. 
Difícil é expressar o seu amor a alguém que realmente te conhece, te respeita e te entende.

E é assim que perdemos pessoas especiais.


This work is licensed under a Creative Commons Atribuição-Uso não-comercial-No Derivative Works 3.0 Brasil License.


3 de mar. de 2010

Miradas y Sonrisas

Miradas que derriten,
miradas que desgastan,
miradas que expresan todo
sin hablar,
miradas que explican e interrogan.

Ojos, a veces nublados,
que escriben poemas,
ojos radiantes
que iluminan mis horas,
ojos cansados
que despiertan mi alma,
ojos preciosos
que hablan cuando me miran.

Calidos abrazos,
de ojos cerrados,
suspiros eternos,
complices sonrisas.

Miradas y sonrisas,
que sin decir nada
lo dicen todo
y susurran tu nombre.

1 de mar. de 2010

Meus sinceros pêsames ao Mundo_"REPAREI QUE A POEIRA SE MISTURAVA ÀS NUVENS"



Cecília Meireles
Reparei que a poeira se misturava às nuvens,
e, sem pôr o ouvido na terra,
senti a pressa dos que chegavam.
Disse-me de repente: "Eis que o tropel avança".
Mas todos me olhavam como surdos,
e deixavam-me sem responder nada.
Vi as nuvens tornarem-se vermelhas
e repeti: "Eis que os incêndios se aproximam".
(Mas não havia mais interlocutores.)
"Eles vêm, eles não podem deixar de vir",
balbuciei para a solidão, para o ermo.
E já por detrás dos montes subiam chamas altas;
ou eram estandartes ou eram labaredas.
Perguntei: "Que me vale ter casa, parentes, vida?
Sou a terra que estremece? ou a multidão que avança?
Ó solidão minha, ó limites da criatura!
Meu nome está em mim? no passado ou no futuro?
Ninguém responde. E o fogo avança para meu pequeno enigma".
Apenas um anjo negro entreabriu seus lábios,
verdadeiramente como um botão de rosa.
"Death"
DEATH?
Por que me falas nesse idioma? perguntei-lhe, sonhando.
Em qualquer língua se entende essa palavra.
Sem qualquer língua.
O sangue sabe-o.
Uma inteligência esparsa aprende
esse convite inadiável.
Búzios somos, moendo a vida inteira
essa música incessante.
Morte, morte.
Levamos toda a vida morrendo em surdina.
No trabalho, no amor, acordados, em sonho.
A vida é a vigilância da morte,
até que o seu fogo veemente nos consuma
sem a consumir.

(em homenagem às vítimas das tragédias naturais dos últimos dias! fevereiro de 2010!, meus sinceros pêsames ao mundo!_by Metrílica +)